Vou começar esse post pelo fim. Essa é a região mais linda que já vi em minha vida. E, olhem que já fiz inúmeras viagens por diversas partes do mundo. Claro que vi paisagens lindíssimas em outros lugares, mas na Patagônia você não precisa procurar a paisagem, ela lhe encontra. A toda hora você vê lindas paisagens. Para onde você olhar, onde você estiver.
Bom, iriamos para essa viagem no fim do ano de 2014, para passar o réveillon (não gosto muito de festas de fim de ano e prefiro viajar). Mas, encontramos um “pacote” de apenas cinco dias pela “Venturas“* e meu irmão que havia nos indicado essa viagem com essa agência/operadora, nos disse: “Vão não, cinco dias é muito pouco pra conhecer essa região”.
*Aqui vale uma explicação: Não gostamos de viajar em “excursão” ou em grupos grandes. Preferimos fazer nosso planejamento e viajar “a dois”. Mas, nesse caso, o da Patagônia, é mais tranquilo que já se vá com tudo acertadinho e nada melhor que uma boa (muito boa) operadora ou agência de viagens para fazer isso. Até porque lá não é possível se fazer passeios ou expedições isoladas. Para tudo (ou quase tudo) tem um guia. Alguém orientando, explicando, etc. E, por sinal gente muito capacitada e simpática. E por que escolhemos a “Venturas”? Porque um de meus irmãos já tinha ido por ela e nos deu excelentes informações. E assim foi: Tudo perfeito!
Voltando à nossa viagem: Depois de muita e-conversa pra lá e pra cá, entre eu e Samuel (da Venturas) acertamos a viagem para fevereiro. E, fomos, eu e meu marido San, para a Patagônia Argentina**, numa viagem de nove dias!
**Aqui vale outro parênteses: Antes queríamos ir para a parte chilena (já tinha ouvido falar da grande beleza natural da mesma, e não tínhamos tempo para ir às duas), mas depois que comecei a pensar se iria gostar de ficar as noites todas num camping (embora de luxo) ou num hotel meio isolado… E depois que conversei com meu irmão ele também me convenceu que a Patagônia argentina tinha mais “minha cara” para ir numa primeira vez. E por quê? Porque gosto de aventuras e claro de natureza, mas também curto muito uma cidadezinha pequena charmosa. Então teríamos El Calafate e Ushuaia para curtir, ademais dos passeios aventureiros com suas belezas naturais. Logo, a Patagônia chilena ficará para outra oportunidade, com grandes chances!
Bom, vale ressaltar que tivemos transfers para tudo: de aeroportos para hotéis (e vice versa), de hotéis para passeios, etc e tal. E sempre pontuais.
Na ida tivemos que dormir um dia em Buenos Aires (e outro na volta), e nas tardes e na manhã em que passamos por lá aproveitamos para andar por Recoleta, já que estávamos hospedados naquele bairro. Fomos tomar uns chopps (por sinal, ótimos) e petiscar algo no La Biela umas três vezes (ôps) e simplesmente flanamos pelas ruas de lá…
1) Em El Calafate – o 1º dia na Patagônia
Antes mesmo do avião pousar no aeroporto de El Calafate já se via uma paisagem diferente e linda. Uma mistura de uma aridez cinza com águas de puro azul serpenteando entre as montanhas e planícies de cor chumbo. O avião pousou ao lado do lago azul. O motorista do carro que nos levou ao hotel foi explicando umas tantas coisas… E a gente a admirar aquele imenso terreno árido e cinza, mas de uma beleza ímpar, onde de vez em quando o lago azul dava seu “ar de graça”. Um presente dos deuses! A presença de um Deus. Um presente da natureza. Divino!
Ao se aproximar da cidade começamos a ver algumas árvores, e nosso driver nos explicou que essas foram plantadas para “segurar” um pouco o vento. Venta muito nessa época do ano, e embora estivéssemos no verão, é frio. O vento aumenta ainda mais a sensação do frio, mesmo que a temperatura não seja tão baixa (entre 4 a 10 graus, dependia do dia e da hora e do lugar). Mas, faz frio o ano inteiro, e as temperaturas baixam um pouco mais no inverno!
Chegamos ao nosso hotel e tivemos a grata surpresa de ser melhor do que havíamos visto nas fotos da internet. Caso raro! Mas o hotel era realmente ótimo, o quarto ótimo e a vista maravilhosa. Vista para as montanhas e vista para a lagoa! Quer mais? Ainda tinha um spa com uma piscina quentinha (quentinha, do jeito que eu gosto), para os momentos de relax. Se bem que ali se relaxa o tempo inteiro, basta olhar pras montanhas, pros lagos, pro céu…
Chegamos no hotel lá pelas 7 da “noite”. Se não fosse verão já seria escuro, mas o sol somente ia “se pôr” lá pras 10 da noite. Então fomos perambular pela cidade. Adorei seu centro, charmoso, cheio de lojinhas e restaurantes igualmente charmosos, e gente a passar pra lá e pra cá. Adorei e pensei que bastaria ficar por ali que eu já estaria satisfeita!
Fomos jantar num restô super simpático e com comida especial, indicado pelo recepcionista do nosso hotel. Ficava fora da rua principal (paralela à mesma) mas estava quase lotado. E não é que lá encontramos um alemão que mora em Natal, nossa cidade? Que engraçado esse mundo e esses encontros! Esse gosta mesmo de aventuras pois foi pra lá de carro (desde São Paulo, pelo menos, menos longe)…
Depois, uma caminhada a mais, ladeira acima e chegamos de volta ao nosso hotel.
2) Glaciar Perito Moreno – o 2º dia
No dia seguinte nos esperava a grande estrela da viagem: O Glaciar Perito Moreno. Primeiro fizemos um tour pelo Parque Nacional Los Glaciares e depois pegamos um barco que nos deixou do outro lado da margem do lago, já pertinho do Glaciar, onde havia uma refúgio e guias que iriam nos acompanhar no trekking. É isso mesmo! Fizemos um trekking por cima do Glaciar e foi fantástico.
Depois de deixar nossas coisas no refúgio andamos uns vinte minutos até chegar ao ponto onde colocamos os grampos* nos pés (nas botas) e ouvimos as explicações e recomendações dos guias.
*Grampos: espécies de ponteiras que são fixadas na sola do calçado ou bota (ou já veem como um “calçado” aberto pronto para ser amarrado ao seu) para permitir que se consiga obter tração sobre o gelo ou neve compactada.
Caminhamos em torno de 1 hora e meia sobre o Glaciar, às vezes subindo, às vezes descendo, mas sempre com uma paisagem magnifica para admirar. Difícil? As vezes, mas nada que nos impedisse de seguir ou sequer que nos fizesse pensar em desisitir. Sempre pra frente! Ou pros lados (risos). Ah, e ainda tomamos água (deliciosa) do Glaciar!
No final, um brinde com whisky e gelo do glaciar. Salud!
Voltamos ao refugio com mais uns vinte minutos de caminhada e almoçamos (cada um havia levado sua “lancheira”*). Esse lanche com vistas ao Glaciar foi muito bom, apesar do sanduíche frio, a beleza do Perito Moreno nos deixava cada vez mais extasiados!
*Nos hotéis já existem uma variedade de “lanches” que você escolhe para levar, caso não queira comprar coisas em super-mercados. Tipo uma “cesta de picnic” basiquinha.
Depois voltamos de barco, pegamos o ônibus do tour e ainda fomos para o outro lado do Glaciar, onde há umas passarelas e fizemos outro passeio chegando perto do Glaciar! Lindo demais!
3) Coisas da natureza…
Ao final do dia chegamos ao hotel cansados, mas felizes. Aproveitamos e fomos relaxar na piscina e sauna. Ao voltar ao lobby do hotel tivemos a ingrata surpresa de um telefonema da agência cancelando nosso passeio do dia seguinte. Estava ventando muito (é quase normal no verão, ôps!) e não poderíamos navegar. Que pena!
Esse passeio iria ser ótimo, pois teria uma parte grande de navegação entre blocos de gelo e pelo canal Cristina. Depois iriamos até uma estância (fazenda) onde almoçaríamos. Em seguida visitaríamos um museu, faríamos um 4×4, uma caminhada e teríamos uma vista maravilhosa de lagos, cordilheira dos Andes e outras geleiras. Mas, pra fazer tudo isso era necessário primeiro navegar, e os ventos não iriam deixar. Natureza é natureza. Estou contando isso aqui, pois se vocês tiverem a oportunidade de ir por lá não deixem de fazer o passeio “Estância Cristina Discovery” (e rezem pra não ventar)!
Obs. Tivemos a oportunidade de fazer um passeio parecido depois em Ushuaia, mas esse de El Calafate, creio ser mais completo.
Bom, mas tínhamos agendado jantar no Don Pichón, e fomos! o Don Pichón foi também recomendado pela recepção do hotel, por ter um “cordeiro patagônico excepcional” e uma “maravilhosa vista” para a lagoa. Nem o cordeiro era tão excepcional e nem a vista (preferimos a vista do hotel), mas mesmo assim foi legal!
4) Outra vez na cidade – 0 3º dia
Tivemos que nos contentar “sem o tour”, afinal não se pode ir contra a natureza. E aproveitamos pra passear na cidade a qual achamos uma gracinha. Passeamos, curtimos bastante (até fizemos umas compritas), tomamos um cervejinha e depois fomos almoçar. Escolhemos o La Cocina, na rua principal, também indicado pelo nosso motorista do primeiro transfer e porque o achamos com “cara simpática”. Foi legal! Vale muito a pena ficar um dia a mais só para curtir a cidadezinha! Super recomendo!
Voltamos para o hotel, curtimos também o mesmo, seus espaços, sua vista, e mais tarde fomos jantar no próprio.
5) O voo para Usuhuaia – 4º dia
Tomamos nosso delicioso café da manhã olhando para as montanhas e para os lagos. Nosso transfer chegou pontualmente (como sempre) e lá fomos nós voar outra vez, agora para a Terra do Fim do Mundo, para Ushuaia. Conto as aventuras nesse “fim do mundo” em outro post (leiam aqui).
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1 Verão em Natal e Arredores: As Praias (1)
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2 Quer viajar pra onde?
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3 Campos do Jordão: Dicas
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4 Campos do Jordão: Que maravilha!
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5 Maravilhada num pedacinho do Rio Maravilha: Copacabana Palace
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6 Viagens na Infância
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7 Patagônia Argentina: Dicas
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8 A Maravilhosa Patagônia Argentina: Em Ushuaia
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9 Cruzeiro: De Buenos Aires ao Rio, passando por Punta del Leste…
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10 Colônia do Sacramento: O charme do Uruguay