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CANAL DU MIDI BY BIKE: De Vias a Sète (o 6º dia)

O  ÚLTIMO DIA DE PEDAL

Saímos de Vias na hora de sempre, pela estrada por alguns quilômetros até pegar o canal de volta. Iríamos pelo Canal somente até Agde, em torno de apenas 6 km. E, por que?  Porque pedir autorização à VNF  (Vias Navegáveis da França) órgão do Governo Francês, o mesmo só nos deu permissão para ir até Agde, devido ao mal estado das margens do canal após esse trecho.

Na época havia chovido demais e isso alterou alguns lugares do canal, derrubando algumas margens, especialmente nesse último trecho.

De toda forma, já havia lido que esse “pedaço” poderia ser perigoso devido às erosões, e que a rota alternativa até Marseillan era a estrada D51. É importante lembrar que o Canal de Midi termina na Lagoa de Thau em Marseillan, e pra se chegar ao mediterrâneo por via navegável, temos que pegar o canal de Rhône… Ou, pelas estradas…

Chegamos a Agde e já sabíamos que teríamos que pegar uma estrada estadual. Havia duas, uma que ia na direção de Marseillan (mais ao norte) e outra que ia em direção a “Marseillan Plage” (mais ao sul).   Achamos que a segunda seria melhor porque de lá já iríamos pegar o canal de Rhône e por ele, margeando a Lagoa de Thau, chegaríamos mais rapidamente a Sète (ver mapa a seguir).

Lagoa de Thau, onde termina o Canal du Midi (em Marseillan). Fonte.

Chegando em Agdes. A última écluse do trecho…

Em Agdes, “banca de frutas” na rua, onde perguntamos por qual estrada ir… Frutas deliciosas, yummy!

Mas, ao perguntar a algumas pessoas qual a melhor estrada todos diziam que era a primeira e não a que escolhemos. Paramos algumas vezes e consultávamos os mapas, uma e outra vez…  

Ainda em dúvida, cruzamos a cidade de Agde, e já na saída vimos que tinha uma nova entrada para o Canal de Midi. Paramos um pouco pra olhar os mapas e de repente surge um ciclista saindo do Canal. Perguntamos a ele se o trecho tava bom, e ele disse que sim que tava ok. Mas, ainda permanecemos em dúvida, pois não tínhamos autorização pra pedalar nesse trecho.

Em Agdes, consultando os mapas e planos de viagem..

Nesse espaço de tempo se aproximou d’a agente um outro ciclista que já havíamos visto passar… Acho que ele nos viu parados sem saber o que fazer, voltou e deu sua opinião de forma bastante assertiva que não nos deixou remédio senão acompanhá-lo.  Primeiro ele disse que não era bom ir pelo canal, que só iam as pessoas locais, etc. e tal. Falou que morava por ali, tava de férias e todos os dias pedalava 100 km, pra “qualquer lugar”, assim que poderia muito bem ir com a gente até Marseillan, que era um lugar muito bonito, blá, blá, blá. Era um alemão, que já morava há tempos na França. Pena que só filmamos “nosso pedal” com ele, e não temos fotos dele…

Marseillan não estava nos nossos planos, e sim a praia,  Marseillan Plage. Pensávamos em somente “passar” por Marseillan e ir direto para as praias de lá… Tudo mudou ao seguirmos o alemão, mas foi ótimo.

Pela estrada, seguimos Norbert, que ia disparado e eu tentando dar tudo de mim pra conseguir acompanhá-lo. Nas subidas, eu quase morrendo mas, não podia ficar pra trás pra não perdê-lo de vista, lá fomos nós…   Ele foi realmente super legal, e ao chegar a Marseillan, percebemos que fizemos certo. Era uma linda cidadezinha a beira da lagoa de Thau, com bares charmosos e com barcos ancorados nas marinas… Norbert nos indicou um deles, que nos pareceu o mais bonito de todos. Ele não poderia ficar mais, e nos mostrou como chegar as praias…

Em Marseillan. O restaurante indicado por Norbert…

Ficamos um tempinho admirando a paisagem, tiramos algumas fotos e fomos até o tal restaurante-bar que ele nos indicou. Infelizmente tava fechado e só abriria depois de meio dia. Escolhemos outro, quase em frente, e ficamos por lá nos deliciando com um crepe e bebidas geladas pra matar o calor.

Em Marseillan

Ao sairmos de Marseillan, tentamos ir “arrodeando” a lagoa de Thau, porque não teria como nos perder pra chegar a Sète (que fica também nas margens da lagoa, só que muitos quilômetros depois de onde estávamos)…   Bom, desistimos das praias de Marseillan, já que teríamos praias em Sète e vimos que eram boas.  Já tava tarde e o sol esquentando mais, e estávamos na estrada, sem sombras de árvores…

Chegando em Sète, nosso destino final de bike!

Nesse percurso, entramos em algum lugar e não conseguimos achar o Canal de Rhône, assim que pedalamos pra Séte, o tempo inteiro, pela estrada. Foi uma experiência diferente, porém, mais difícil. Havia muitos carros, embora respeitassem as bicicletas. Mas, não é tão agradável pedalar na estrada quanto pelo canal.

Pedalamos ainda um bom trecho por locais próximos a Lagoa, trilhas de barro ou areia, até que chegou uma hora que tivemos que retornar para a estrada. Estrada regional, nunca uma auto-route (na Europa se paga uma multa altíssima se for pedalar em auto-estradas).

Pedalando às margens da Lagoa…

Com essas mudanças, foram muito mais quilômetros do que o planejado. No início esse dia seriam apenas vinte e poucos quilômetros, mas, no final pedalamos quase igual aos outros dias, uns 40 quilômetros (com exceção do primeiro dia em que pedalamos 70, os demais dias foram em torno de 50 km).

Já nas proximidades de Sète apareceu um desvio na estrada. Eu fiquei meio chateada, porque eram muitos carros passando e o calor piorando. Minha cabeça já tava mais pensando em chegar do que aproveitar a “viagem”… (Fico sempre com aquela idéia: “o mais importante é a viagem e não o destino”).

Mas, como podem aparecer surpresas agradáveis, essa foi uma. Nesse desvio pudemos passar por um caminho legal, vendo o mar de Sète. Aí, sim, a gente pôde ver praias legais…

Na estrada, beirando as praias próximas a Sète

E, pelas praias, chegamos a Sète, no mediterrâneo…   Destino de bike alcançado, fomos pro nosso hotel na chamada “Veneza de Languedoc”… Ficar uns dias em Sète, vale à pena!

Chegando a Sète…

Em outros textos, conto nossos dias passados em Sète, e o resto da viagem “sem” as bikes (em Toulouse e Bordeaux)!

Sète, vista da varanda do nosso hotel.

 

OBS. Para ver todos os dias de pedal, clique em cada dia: dia 1dia 2dia 3dia 4dia 5 e dia 6.

E se você quiser saber “como tudo começou“, de onde surgiu a ideia dessa viagem de bike, etc e tal, clique aqui! E “Bon Voyage”!



Engenheira por formação, fez doutorado em Madrid onde começou sua paixão pela Europa. Aprendeu, com seus pais, desde criança a gostar de viajar. Adora viajar e diz que "sem viajar não me reconheço"! Escreve sobre suas viagens pelo mundo afora de forma divertida e leve. Escritora por hobby, além desse blog tem dois livros de viagens publicados.

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