No fim de cada ruazinha, o rio. Do outro lado do rio, outro país, outra cidade… Assim é Colônia. Colônia do Sacramento.
Continuando nossa viagem pelo Uruguai…
E depois que saímos de Carmelo (do Four Seasons mais exatamente; ver post aqui) fomos pra Colônia. Lindeza de cidade. Nos hospedamos na Posada San Antonio, escolhida a dedo por ter características mais “uruguaias” (quero dizer “colonial”), já que havíamos saído de um hotel de bandeira canadense (e perfeito para o que buscávamos naquele momento!).
De cara gostei do que vi em Colônia. Uma de suas amplas avenidas me lembraram um bairro de Paris (pode?), pois é. Com as platanes no inverno, só lembrei de St. Germain, por incrível que possa parecer. Isso fora do centro histórico, claro!
O Centro histórico de Colônia do Sacramento? Um charme! Só podia ter sido tombado pela UNESCO!
Em Colônia (1º dia)
Bom, mas vamos começar do começo. Chegamos um pouco tarde porque resolvemos sair tarde também de Carmelo. Motivos? Resolvemos cavalgar pela manhã, e a tarde visitar a vinícola Iriurtia no caminho pra Colônia.
Lá pelas 6 da tarde, deixamos as coisas no hotel e resolvemos ir direto comer algo no El Buen Suspiro indicado em vários locais da internet e principalmente por meu filho mais velho que havia estado lá! … As ruas quase desertas no centro histórico… Fiquei um pouco apreensiva, mas seguimos em frente e logo encontramos a pequena rua que buscávamos: a Calle de Los Suspiros.
Entramos no bistrô e percebemos o aconchego. Um charme! Fomos logo atendidos e muito bem atendidos. Da nossa mesinha fomos “sacando” o ambiente, pequeno e charmoso. Pedimos nossa “picada”* e um bom vinho uruguaio (escolhemos um da vinícola que havíamos ido a tarde, a Irurtia, um “Marco Zero”).
*Picada é uma entrada típica da gastronomia uruguaia, que consiste em vários alimentos servidos em pequenas quantidades, mais parecido com o antipasto italiano. Normalmente não há um único prato, por exemplo pode ter um prato de salame, outro de um tipo de queijo, outro de outro tipo de queijo, outro de um tipo de chorizo, tortas de vegetais, etc.
Para aquela noite era tudo o que queríamos. Uma boa música, um bom lugar, um bom vinho e uma boa picada uruguaia! Ao sair, nos deparamos com outro ambiente no mesmo bistrô igualmente charmoso: um jardim com mesinhas, muito lindo!
Voltamos pro nosso hotel, já tentando reconhecer cada pedacinho de rua que passávamos.
2º dia
No outro dia, recomeçamos nossa caminhada. Primeiro fomos pra um lado contrário ao centrinho histórico (falo no diminutivo porque é pequeno, mas na verdade é um “centrão” de tão lindo que é).
Nessa caminhada nos deparamos com o Centro Cultural Bastion del Carmen (uma edificação datada de 1880 e que já foi fábrica de sabão antigamente), e em seguida, com o Puerto de Yats. E foi no porto, que ficamos um bom tempo só curtindo a paisagem. Fomos no pier, andamos pra lá e pra cá, sentamos nos bancos… Encontramos um casal de brasileiros e conversamos um pouco, tiramos fotos… Ficamos “mirando” os barcos, o vai e vem das pessoas, o outro lado do rio…
Podemos definir Colonia como uma cidadezinha colonial (redundante?), à beira do rio, fundada por portugueses e hoje patrimônio da Unesco, lotada de hotéis e pousadinhas legais, com muitos restaurantes-bistrôs e bares que não ficam devendo nada à cidades de primeiro mundo *, além disso, com algumas galerias de artes.
(*) Bom claro que nem todos os restaurantes são de primeiro mundo, quero dizer com gastronomia notável. Claro, que como em qualquer cidade do mundo, você encontrará as “roubadas”, ou seja aquelas coisas pra turistas que só turista mesmo “engole”.
Bom, depois de um tempo muito bem “dado” e “passado” no pier, continuamos nossas andanças…
Nessas andanças já íamos vendo alguns restaurantes e bares legais, pelo menos no aspecto externo. Eram muitos e muitos. Com a lista enorme de restaurantes que levei, não sabia por onde iria começar. No caminho ia encontrando alguns da lista e vários outros fora dela. Santiago, mi compañero, gostava de todos (porque todos pareciam interessantes) e eu custava (nem tanto) a convencê-lo de que alguns eram só “coisas pra turistas”, que nem sempre a comida seria legal, etc. e tal. Sabia que no fim ele iria “ser convencido” (risos), mas que ele gosta de tentar experimentar coisas fora dos nossos planos, gosta (ou tenta, e às vezes ele tem suas razões que dá certo)!
Voltando às andanças, íamos sempre beirando o rio (pelo Paseo San Gabriel). Algumas vezes entrando em algumas ruelas com seus calçamentos e casas de pedras. Indo e voltando para a beira do rio, mas sempre com a curiosidade de entrar “de vez” no centro histórico propriamente dito e paradoxalmente sem querer sair da beira do rio… Sempre também avistando o farol ao longe (nem tão longe, pois nada é longe por lá..).
E aí, de repente, chegamos realmente no farol. Pagamos uma besteira e subimos. Pelo que li, cansei bem menos do que esperava. E foi mais rápido do que pensei. Ufa! Escadinha estreitinha, mas valeu a pena. Um mirante no meio e outro no topo. Vista legal, mas não de tirar o fôlego. Talvez por estar nublado, talvez por já ter visto outras tantas vistas em tantos outros lugares…
Depois dessa reconhecida da cidade “de cima”. descemos e voltamos a andar. Dessa vez entramos “de vez” no centro histórico. Lindo! Havíamos visto à noite, mas durante o dia parecia bem mais legal. Bom,tudo é histórico nessa cidadezinha, portanto o “centro” é uma história a mais. E, como pra falar é difícil, vou postar umas fotos da beleza que vi por lá!
Fomos almoçar fora do centro histórico porque queríamos comer carne, e a “tradicional e boa” carne uruguaia, essa, nos disseram que a encontraríamos no restaurante El Portón (tanto pela internet quanto no próprio El Buen Suspiro na noite anterior). Realmente, foi uma boa pedida!
Havia um jogo do Brasil (contra o México) logo após, e saímos a procurar um local mais animado pra assistir. Terminamos “caindo” num restaurante que tinha mais cara de coisa pra turista e ficava na esquina de nosso hotel. Mas, estava lotado de brasileiro, logo seria um bom lugar pra ver o Brasil jogar. Pedimos um vinho, conseguimos uma boa mesa e ficamos por lá torcendo. Empate. Coisas da vida!
Depois, fomos pro hotel. Pensamos em jantar, pois com tantos restaurantes bons que havia… Porém, almoçamos muito tarde e resolvemos voltar pro hotel. Muita comida. Ufa!
Dia 3
No dia seguinte, depois do café da manhã, fomos andar mais. Resolvemos ir até o local em que pegaríamos o buquebus no outro dia (no Porto de Colonia). Reconhecido “o terreno”, voltamos e saímos a caminhar mais pra lados diferentes. Colônia é realmente muito pequena (pelo menos a parte interessante) e logo estávamos de volta ao ponto de partida.
Um dia parece ser suficiente para conhecer o pequeno centro, mas o melhor é ficar pelo menos mais um dia. Foi o que fizemos. Poderíamos até ter ficado mais outro para ver os museus, pois no segundo dia (aí está escrito dia 3, mas o primeiro dia foi apenas uma noite!) ficamos apenas a “flanar” por lá, coisa que gostamos de fazer depois que já conhecemos uma cidade e seus principais pontos turísticos. Falando em pontos turísticos, pra eu não ficar repetindo tanta coisa que já há na internet, indico esse site aqui.
Além das andanças pelas ruas de pedras, pelas praças (especialmente a Plaza Mayor), pela visita ao farol, e além da Basílica, da muralha, do Portão (Puerta de Campo) e sua ponte levadiça, do idílico porto com seus barcos (não falo do que sai o buquebus e sim do Puerto de Yates), etc. e tal, ainda visitamos umas lojinhas de artesanatos e compramos alguns souvenirs.
Ainda vimos, na Plaza Mayor, bem em frente a Basílica do Santíssimo Sacramento, os vestígios arqueológicos que acredita-se ser da casa do antigo governador português, destruída pelos espanhóis em uma das muitas batalhas travadas.
A decisão do restaurante do almoço já tinha sido tomada no dia anterior: La Florida (estava na nossa lista como um dos mais “chiques” e além disso o encontramos nas nossas andanças e o achamos muito lindo, “e além disso” um amigo nos deu a mesma dica no instagram, por coincidência). Mas, na hora ainda tivemos dúvidas. Afinal eram tantos e tínhamos tão pouco tempo na cidade.
Ainda entramos no Charco, um bistrô charmoso e moderno que encontramos por acaso (nem tava na nossa lista). Entramos e nos deparamos com um ambiente muito legal. Mas, apesar de tudo achei que me arrependeria se não fosse almoçar no La Florida. Aí, sentamos numa “barra” em frente ao rio, pedimos uma “grappa”(*) e a tomamos mirando a paisagem!
(*) Grappa é o nome que é conhecido na Itália e na Suíça italiana o espírito de bagaço , licor com teor alcoólico que varia entre 38 e 60 graus , obtidos por destilação de bagaço de uva , ou seja, as partes sólidas da colheita da uva que nenhum uso na produção de vinho anterior.
Aí, saímos de lá e fomos pro La Florida. Nossa, foi muito bom! Ainda bem que fomos! A comida era espetacular como diria meu pai, pratos gourmet, preparados pelo chef e dono do restaurante, Carlos. Com toda essa “chiqueza” o atendimento era simplesmente “amigo”, sem frescura, como se fôssemos conhecidos há anos. Ana, assim se chamava nossa anfitriã. Conversava “pelos cutuvelos” e ao mesmo tempo era de uma amabilidade incrível e nos deixava a vontade como se estivéssemos em casa. Carlos também apareceu e se mostrou simpaticíssimo!
A localização também é super legal pois de sua mesa você avista o Portón del Campo, ou se você sentar no outro lado, terá a vista do rio. A música completa todo o ambiente de perfeição. Adorei!
Para finalizar o dia em grande estilo, nada melhor do que assistir a um belo por de sol!
Colônia del Sacramento? Recomendo sim!
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