Ficamos dois dias em Lucca. Somente em Lucca. É muito? Não, eu achei pouco. E se alguém disser pra você que qualquer tempo que você deseje ficar em uma cidade, vila ou até uma aldeia, é muito tempo, não acredite. Nunca será muito tempo para se conhecer de fato um lugar.
Quanto mais tempo ficar, mais coisas aparecerão para se fazer, inclusive fazer nada, simplesmente sentar e olhar os passantes, que é o ideal para se curtir de verdade um lugar…
Bom, essa viagem começou em Milão. O roteiro inteiro está num post aqui.
Lucca foi a primeira cidade do nosso roteiro pela Toscana, objetivo maior dessa viagem. Vínhamos (de carro) de La Spezia, onde conhecemos as Cinque Terres (post aqui).
Vale salientar que viemos dessa vez por estradas secundárias e não por auto-estrada. Isso nos custou mais tempo (com mais trânsito, ôps), porém nos rendeu um belo dia curtindo mais paisagens e passando por algumas cidadezinhas interessantes… Lembrando de uma coisa: Mesmo chegando mais tarde, os dias em junho são longos: escurece depois das 21h, então ainda tivemos muito tempo…
Bom, para concluir esse preâmbulo vou só dizer uma coisa: Lucca é maravilhosa!
E agora vamos falar de duas coisas: 1) Onde ficamos (nosso hotel) e 2) O que fizemos (incluindo passeios, concertos/shows e restaurantes).
1) Onde ficamos
Nos hospedamos num belíssimo B&B (Al Porto di Lucca B&B)*. Acho que foi a hospedagem que mais gostei dessa viagem inteira. E por quê? Tantos motivos… Vou citar alguns: 1) Amo hotéis pequenos (esse B&B só tinha quatro quartos); 2) Amo lugares mais pessoais (além de pequeno, lá era a casa dos donos do B&B, lugar de moradia deles); 3) Amo lugares charmosos (e era o caso, cada canto da casa era um charme: os quartos? uma beleza, um terraço e um jardim lindos, sala com uma biblioteca maravilhosa…).
Ah, e os detalhes? os lençóis deliciosos, as toalhas bordadas… tudo de muito bom gosto, um capricho! Ficamos no Quarto Sant’Anna, coincidência para uma Ana! Amei! E olhem que acho que esse é o quarto mais simplinho (vejam aqui).
Francesco e Giovanna, os proprietários, cada um ao seu modo, nos receberam muito bem. Ela, a mais simpática e falante nos contou muitas histórias, até dos filhos ali criados. Ele, nos mostrou a casa, nos contou sobre a origem, e ela ia mostrando as fotos antigas da casa… Ela conseguiu reservar para a gente um restô só de locais, que era uma maravilha (insistiu com Pasquale, o dono e chef/enólogo, para arranjar uma mesa. Foi engraçado – Pasqualino prego!).
Enfim, tudo isso de bom, e ainda tinha um café da manhã gostoso e feitinho na hora. Demais!
*Al Porto di Lucca é uma grande casa do séc. 17 que foi recentemente renovada. Tem um belo jardim. É um bed and breakfast com 4 quartos, cada um com banheiro privado. Está localizado a menos de 300 metros da muralha e do centro histórico de Lucca, que pode ser alcançado a pé. A estação de trem fica a apenas 200 metros e para os hóspedes que chegam de carro há um estacionamento privativo em frente ao B & B. Além dos jardins, o grande salão e a varanda estão à disposição dos hóspedes para o café da manhã.
2) O que fizemos por lá
Bom, no 1º dia, antes de almoçar e depois de nos alojarmos no hotel, saímos para “dar uma geral” no centro histórico. Adentramos na parte amuralhada pela Porta de S. Pietro* (a mais perto de nosso hotel B&B) e caminhamos e caminhamos…
*São várias portas de entrada (Portas: San Pietro, Elisa, Santa Maria, San Donato, San Jacopo, Vittorio Emanuele, San Giovanni, Quercecchio, San Matteo e a delle Fonti).
Pelo caminho, dentro da cidade amuralhada, achamos um restô com boa cara e sentamos para mangiare!
Depois, saímos em busca dos lugares mais conhecidos que eu havia lido sobre eles. Encontramos alguns, paramos, entramos em uns, curtimos outros, andamos de novo, e foi isso!
Mas, nesse meio tempo vimos um cartaz: Concerto de Puccini* na Basílica de San Giovanni. O quê? Tá falando sério? Amamos concertos dentro de igrejas! Uau! Pronto, fomos lá e já compramos nosso ingresso. Estava agendado nosso programa noturno naquele primeiro dia!
* Giacomo Puccini, o grande compositor compositor italiano de óperas, nasceu em Lucca! Suas óperas mais conhecidas são: La Bohème, Tosca, Madama Butterfly e Turandot.
No 2º dia fomos, de novo, perambular pela cidadezinha linda. Mas, a primeira coisa que fizemos foi caminhar por cima da muralha (isso mesmo!) – Passegiata della Mura-. Tem muito o que se fazer arrodeando o centrinho por cima da muralha! Depois, descemos e curtimos mais e mais as belezas de Lucca, dentro da muralha!
E à noite jantamos num lugar frequentado por locais, com comida maravilhosa.
A seguir, pelas fotos vocês poderão ver e curtir melhor o que fizemos.
Como já disse, basicamente flanamos. Simplesmente curtimos muito a cidadezinha charmosa dentro da muralha.

Um mapa mais explicativo, marcando alguns monumentos e igrejas. A Porta San Pietro (se vê abaixo do mapa) era por onde entrávamos já que era a mais próxima de nosso hotel.
2.1- A muralha:
É o grande charme da cidade. Ela tem em torno de 4 km e circunda todo o centro histórico, totalmente preservada.
A muralha (Mura di Lucca) tem uma coisa peculiar: É tão larga que pode-se andar em cima dela ou passear de bike. E tem até parques infantis, restaurantes e cafés em cima da muralha! Verdade! Só caminhar pela muralha já é uma viagem!
Encontramos alguns café e restôs em cima da muralha. Paramos em um e tomamos uma birra (basicamente para usar a toilette, ô desculpinha rssrss), e depois (já famintos) encontramos o Ristorante San Colombano (e nos sentamos na parte do café-bar, e comemos pizza).

O “meu” aperol-spritz no restô-bar em cima da muralha…
2.1- O centrinho histórico:
É também um charme, e nos “perdemos” por lá, só passeando a esmo… Muitas igrejas* lindas (como a Catedral San Martino -Duomo-, a Igreja de San Giovanni e a Igreja de São Miguel no Fórum), muitas praças (como a principal: a do Anfiteatro), muitaaaaas torres* (como a Torre de Guinigi e a Torre delle Ore) e ruazinhas legais para se andar como a Via Fillungo!
*Lucca é chamada também de “a cidade das 100 igrejas” e cidade das 100 torres
Ah, tem uma dica pra quem gosta de chapéus. Tem uma loja maravilhosa por lá a Cappeleria Bertacchi. Eu como adorooooo chapéus (ôps) fiquei doida por vários, mas me controlei pois tinha levado alguns (huhum). Santiago, comprou um, claro!
4) Arte e Cultura em Lucca
Como já falei antes assistimos uma ópera. E tivemos o privilégio de, pelo meio das ruas e praças, nos depararmos com arte.

Estava havendo exposições de Deredia ao ar livre em diversos pontos da cidade.
Por lá, sempre está havendo exposições de algum artista…
Aí, por cima, tivemos o prazer de assistir uma ópera dentro de uma igreja…

Na Igreja de San Giovanni no dia da Ópera de Puccini
Sugiro que antes de viajar procurem na internet que shows, concertos ou óperas estarão acontecendo. Ou, nas andanças pelas ruas, prestem atenção aos cartazes especialmente nas igrejas.
3) Dicas de Restaurantes
Aí almoçamos no 1º dia e ainda voltamos no 2º para uns aperitivos! O bom é ficar do lado de fora! Amo ficar ao ar livre!

Restaurante em cima da muralha. San Colombano.
Nesse, San Colombano, ficamos na parte externa, no lado esquerdo de quem entra (como se vê na foto; essa parte é mais para drinks e petiscos). Comemos uma pizza ótima!
Aí, pra culminar, nosso jantar do último dia foi mara! Olhaê a seguir…

Da Pasquale, o melhor sem dúvida.
No Da Pasquale, jantamos no 2º dia. Indicado pelos donos do nossos charmoso B&B e frequentado por locais, tinha uma comida deliciosa, vinhos ótimos e atendimento maravilhoso (fomos brindados pelo atendimento do próprio Pasqualino). Obs: Sugiro reserva, é muito bem frequentado pelos moradores.
5) E tchau!
Ciao Lucca…
De lá fomos para St. Gimigniano, continuando nossa viagem de carro pela Toscana…