Voltando com dicas de moradia em Portugal (ver post anterior: em Matosinhos).
Depois de duas semanas em Matosinhos, nos mudamos para Maia. A 2a moradia da nossa experiência de três meses, foi numa casa, e a que ficamos mais tempo (1 mês e meio). Na verdade não é no centro de Maia, mas nos arredores (Concelho de Maia, na freguesia de São Pedro Fins).
Entrada da casa
OBS. Portugal não é dividido por estados como o Brasil. É dividido por Distritos que por sua vez se dividem em Concelhos e depois em Freguesias. Assim estamos na freguesia de São Pedro Fins pertencente ao Concelho de Maia e ao Distrito do Porto.
Em Portugal a divisão ocorre na forma de 18 distritos, 308 concelhos e 4260 freguesias
1)A Moradia
Nessa etapa 2 ficamos numa casa grande (três quartos, dois banheiros grandes e completos mais um lavabo, cozinha grande, sala, área de serviço, terraço) com jardins enormes com muitas flores, pomar, quintal amplo, toda gramada e arborizada, e uma enorme piscina (que mal usamos no outono, né? hehe). Era uma “quinta” (tipo uma granja). Não precisamos de tanto espaço, claro! Foi uma questão de conveniência, pois estávamos num ap. pequeno em Matosinhos (que já contei) e eu estava amando muito. Para mim, bastava! Mas a experiência da casa foi muito boa!
Vale ressaltar que o grande espaço externo da casa era dividido com outra casa -a casa rural dos proprietários-, mas foi tranquilo porque eles só apareciam em fds e eram muito legais (ficamos amigos e fizemos vários programas juntos).
Como aqui é um “interior” (considerado área rural) conseguimos a casa com preço ótimo comparado ao ap. em Matosinhos (praticamente a metade).
A casa, eu encontrei no Airbnb, mas foi negociada diretamente com o proprietário. Quando se vai passar mais tempo é interessante tentar negociar com o proprietário (já havíamos feito outra vez assim, em Aix-en-Provence na França).
2) A localização
Estávamos a menos de 20 minutos de carro do centro do Porto e menos ainda do centro de Matosinhos (Matosinhos sul, onde estávamos antes). As estradas são ótimas.
De transporte público demora um pouco mais pois temos que ir a pé (de 15 a 20 min) até o ponto do ônibus ou ao “apeadeiro” onde passa o trem/comboio . Então gastamos o dobro do tempo de transporte público (uns 40 min.).
Se estivéssemos no centro de Maia seria mais fácil pois lá há metrô. Mas aí tem o preço do aluguel do imóvel etc. e tal. E essa foi nossa opção para “checarmos” também essa alternativa.
2.1) Carro
Nessa casa, achamos que precisávamos de carro e alugamos um.
Alugamos um carro em uma locadora local (OpoRent), mas sempre usamos os sites da Argus car hire” ou “Rent Cars”ou “Rentalcars”. Sempre comparemos preços entre os sites.
Uma das fachadas da casa
2.1) Vantagens e Desvantagens da localização
De toda forma, S. Pedro Fins não é o “fim do mundo”, pois tem um centrinho com padaria, igreja, e outras facilidades há 09 minutinhos a pé, e um centrinho ainda melhor e maiorzinho com lojas, restaurantes e mercadinhos a 20 min a pé ou 05 min. de carro.
Tem um supermercado grande (Continente) e um shopping grande (Maia Shopping) a 10 min de carro.
As vantagens de “morar” aqui são muitas desde mais espaço, preço, área verde, pomar, paz na natureza… árvores com maçãs, peras, caquis, limões, limões sicilianos, romãs e… marmelo!!!
Marmelos no pomar
Jardins da casa…
O essencial tem por perto. Mas realmente você fica mais à vontade com um carro se quiser sair mais vezes para os grandes centros.
3) O que fazíamos
3.1- Caminhadas
Costumávamos fazer caminhadas pelos arredores da casa, e uma delas era uma ótima caminhada subindo o Monte São Miguel.
Subindo o Monte S. Miguel
Lá, tem um santuário, uma capelinha…
Tínhamos estado lá no mês de junho anterior mas a capelinha estava fechada. Nesse novo período estava quase sempre aberta, entravámos sempre que subíamos e é muito linda.
O altar da capelinha
No monte S. Miguel ainda encontramos um pessoal legal! Fizemos novos amigos, voluntários da Igreja, que nos convidaram para um almoço. Ficamos muito felizes fazendo parte dessa família! Foi ótimo!
3.2- O que tem por perto da casa
– Em S. Pedro- A pé (5 a 10 min.): Padaria, farmácia, mercadinhos, cafés, igreja…
– Em Alfenas (outra freguesia pertinho de S. Pedro) – A pé (25 min) ou de carro (5 min): lojinhas, restaurantes, mais mercados, mais farmácias, igrejas, um supermercado (o Intermarché).
– De carro (10 min): um shopping (MaiaShopping) com um supermercado grande (Continente).
3.2- E para conhecer?
– Tem o Monte São Miguel, com capelinha e mirante/miradouro. A pé: 15 min. de ida. De carro: 2 min.
– Varias cidadezinhas interessantes como Santo Tirso (15km), onde tem um belo mosteiro (de S. Bento), muitos parques e jardins, e ainda esculturas contemporâneas ao ar livre (um museu à céu aberto).
– Outras cidadezinhas bacanas, e fica também muito perto do PORTO -20km (onde voltamos outras vezes para passear e encontrar amigos), e de MATOSINHOS 20km (nosso primeiro local de moradia nessa nossa experiência), e até voltei lá para ir à cabeleireira, passear, etc e tal…
3.3- A festa da colheita da comunidade de S.Pedro Fins (Maia; Porto).
Fomos também à festa da colheita que homenageia o patrono das colheitas locais São Miguel Arcanjo.
Como foi? Missa campal (muito bonita) com mini-procissão + apresentações folclóricas + churrasco + feirinha de produtos locais.
3,4- Praias
Fomos ainda explorar um pouquinho as PRAIAS que tínhamos por perto da nossa “moradia2”.
Na Praia do Marreco
Fomos, por exemplo, até a Praia do Marreco. Em menos de 20 min. (de carro) estávamos lá.
Lá chegando, fomos caminhar pelos passadiços. Em grande parte das praias de Portugal tem passadiços de madeira (para caminhar, correr, pedalar…). Muitas vezes os passadiços têm muitos quilômetros ligando várias praias. Aqui nesse link você pode ver onde tem os melhores passadiços de Portugal.
No caso da Praia do Marreco, onde fomos, os passadiços vão até outras praias (e vem de outras). Nós caminhamos por três praias: Marreco, Quebrada e Agudela. Estão todas pertinho uma da outra.
Nos passadiços
Várias praias estão ligadas entre si e que pertencem a Matosinhos (um “município”, ou melhor um Concelho pertencente à área metropolitana do Porto, ou seja ao Distrito do Porto). Lembrando que ficamos em Matosinhos (a cidade) durante vários dias de setembro, como nossa primeira experiência de moradia.
Voltando às praias da região de Matosinhos (como já disse, nossas três moradias ficavam todas na mesma região por perto do Porto). Começando pela 1) praia de Matosinhos (leva o mesmo nome da cidade), depois, 2) Leça de Palmeira (onde também fomos várias vezes inclusive caminhando desde Matosinhos), e em seguida: 3) Boa Nova, 4) Azul, 5) Aterro, 6) Cabo do Mundo, 7) Paraíso, 8) Memória, 9) Marreco, 10) Quebrada e 11) Agudela, e outras mais para cima, direção norte.
Matosinhos (região ou melhor, Concelho) possui 10 praias com o galardão de Bandeira Azul e outras tantas com o galardão de Qualidade de Ouro.
Normalmente as praias tem boas infra-estruturas, desde bar/restaurante de praia (todos mais ou menos com um mesmo padrão, construção em madeira, etc), banheiros públicos/casas de banho e estacionamento. Tudo muito próximo à praia, praticamente “em cima”.
A Praia do Marreco é tida como boa para pescar. Algumas praias visitadas, como Marreco, Quebrada e Agudela, têm como característica zonas rochosas que fazem o mar mais bonito, entretanto não sei se o banho é bom. Pareceu-nos um mar bastante agitado.
Muitas casas e apartamentos fazem parte da paisagem praiana. Além de veranistas, devem ter muitos moradores porque vimos muita gente fazendo atividades físicas pelo calçadão ou pelos passadiços, bem como crianças brincando e mães passeando com bebês em seus carrinhos.
A maioria dessas praias tem acesso através de transporte público (ônibus).
3.5- Outras áreas interessantes (Exemplo: Baião e arredores)
Durante esse tempo, exploramos também outras áreas. Por exemplo: temos uma amiga portuguesa que tem uma pousada de charme em um lugar chamado BAIÃO. Resolvemos conhecer Baião. Não a pousada porque sabíamos que estava lotada e fomos somente depois (ver no Instagram @moinhosdeovil).
Zarpamos no nosso carro alugado, pegamos a estrada -desde nossa casa em S.Pedro Fins/Maia- e em 50 minutos estávamos em Baião (perto do Porto).
Que vista!
Desde que chegamos por perto já amamos a região. Toda lindinha e a cidadezinha um charme. As paisagens magníficas.
(Baião é o município/concelho com maior percentagem de área verde e floresta no distrito do Porto).
Percebemos que estávamos na Rota do Românico (rota turístico-cultural, composta por 58 monumentos de estilo românico).
Como não tínhamos muito tempo, resolvemos ir descendo até chegar no Rio Douro, que já começamos a avistar desde lá “de cima”…
(Já conhecíamos a região do Alto Douro vinhateiro, mais “pra lá” -onde estão as cidadezinhas mais conhecidas, como Pinhão, Peso da Régua e Vila Real).
Nessa área, onde fica Baião e outras tantas cidadezinhas, vilas e aldeias (freguesias como Loivos do Monte, São João de Ovil, Campêlo, Govê, Grilo, Ancêde, Santa Leocádia e Ribadouro – por essas duas últimas também passamos)
Por essa região passa o rio Ovil, além do grande e famoso rio Douro (o rio Ovil tem a sua foz no rio Douro, mais concretamente no lugar de Porto Manso, na freguesia de Ribadouro, por onde também passamos).
E no final, encontramos um lugarzinho lá embaixo, à beira do Douro, e tomamos um vinho para acompanhar uma “tábua de frios” de enchidos -ou embutidos- e queijos da região (voltamos por lá outra vez).
3.5.1- O que ver por Baião e arredores:
-Igreja Matriz de Baião
-Igreja Matriz de Gôve
-Igreja Matriz de Ancede
-Capela de Nossa Senhora do Bom Despacho
-Convento e Mosteiro de Santo André de Ancede
-Anta da Aboboreira
-Casa da Juventude e Desporto de Baião
-Casa das Bengalas de Gestaçô
-Casa do Lavrador – Museu Rural e Etnográfico
-Centro Interpretativo do Vinho e da Vinha
-Conjunto Megalítico da Serra da Aboboreira
-Fundação Eça de Queiroz – Núcleo museológico
-Núcleo de Arqueologia – Museu Municipal de Baião
4- Outros lugares que fomos desde lá (ver no próximo post)
5- Programas com a família
Meu neto Natan e seus pais (meu filho mais velho e a nora) estão morando em Aveiro por quatro anos. Saíram de Aveiro por dois fds para nos visitar. Com espaço suficiente eles puderam ficar hospedados conosco.
De Aveiro para a nossa moradia2? 1 horinha de carro.
E o que fizemos?
4.1- Programas praianos:
Uma vez fomos todos (com mais um casal amigo português) para Lavra (20min. de carro). Lá tem muitos restaurantes por perto do mar (peixes grelhando na brasa nas calçadas, etc e tal).
Almoçamos no “A Casa Do Gordo”. Fica na Praia de Angeiras. O peixe estava perfeito. Os pequenos camarões, uma delícia. O vinho verde também!
Depois do almoço fomos caminhar nos passadiços (já falamos também sobre os passadiços portugueses).
Pelos passadiços, beirando o mar, fomos até Vila do Conde (50min. a pé, mas paramos muito para descer à praia, subir em rochas, tirar fotos, etc.). As paisagens eram legais: rios, pontes, pedras, mar…
Demos uma parada no restaurante “Castro de S.Paio”, à beira da falésia, e voltamos (A ideia inicial era almoçar nesse restaurante, mas, como não atenderam ao telefone, desistimos e fomos pra o outro em Lavra na praia de Angeiras).
Porém, anotem essa ideia: Parar o carro na praia de Labruge (na maioria das praias tem estacionamento). Essa praia fica mais próxima a esse restaurante Castro de São Paio, e a pé até lá seriam uns 20 min. Depois seguiríamos até uma vila de pescadores “Vila Chã”, que seriam mais uns 20 min. Esse é um programa legal. O nosso também foi legal.
4.2- Outros programas foram em casa (curtir os jardins, pomar, piscina, pedalar etc). Almoços feitos por nós, etc e tal, incluindo fazer marmeladas colhendo a fruta do pé. Natan adorou! Um dos dias fomos num restaurante na cidade vizinha e tal… Tudo maravilha.
Aproveito para deixar uma receitinha da marmelada. Passo 1: Colher os marmelos. Passo 2: Retire as cascas e corte os marmelos em pequenos pedacinhos. Meu neto participando (foto abaixo), lá vem ele mostrando os marmelos picados! Passo 3: Coloque agora os pedaços numa panela, adicione açúcar e canela (o pau da canela). Passo 4: Quando começar a cozinhar e amolecer, bata com uma “varinha mágica” ou algo similar para deixar os marmelos com uma consistência cremosa. Pronto para servir! E com queijo fica ótimo!
E sigam o Insta @fixeportugal do papi de Natan e vejam a experiência deles por Portugal.
5- Mais programas na casa
Como já falei a nossa casa alugada tinha muito verde, jardins, pomar, árvores, arbustos, flores e frutas.
Então, além da família, outros dias convidamos também alguns amigos…
Nossos vizinhos, os proprietários da casa que alugamos, ficaram nossos amigos, e uma vez propuseram fazer um bacalhau…
5.1- Yoga nos jardins
Antes do almoço combinado, bum sábado, eles convidou um mestre yogui para nos proporcionar uma prática de yoga , com um mix de “tai chi chuan”. Isso foi o máximo.
O mestre Fernando nos orientou na prática, tendo nos brindado antes com uma pequena palestra-conversa sobre o “desvalor” do ego e o valor do silêncio, e tantas outras coisas…
O melhor de tudo é que fizemos a prática ao ar livre, na grama, sob as árvores, sob o céu e sob o sol!
5.2- O almoço
Depois veio o almoço, feito à muitas mãos. Mas, o chef principal foi o Luís com seu bacalhau e batatas aos murros.
Éramos dez pessoas, que colaboraram com entradinhas, comidinhas, sobremesinhas, bebidinhas ou somente com as boquinhas hehehe. A conversa esteve todo o tempo ótima, as comidas maravilhosas, o vinho ótimo! Tudo top.
O Domingo foi de chuva e aproveitamos para nos reunirmos de novo e almoçar o RO que estava mais delicioso ainda.
A receita: Ah, e sabem fazer batatas “a murro”? Pois é. As batatas levam realmente murros hahaha.
A receita em português de Portugal: Coloque as batatas inteiras e cruas num tabuleiro/travessa que possa ir ao forno. Deita-se sal grosso (é isso mesmo, cubra as batatas totalmente com sal grosso) e rega-se com azeite. Depois leva-se ao forno pré-aquecido a 180ºC. Deixa-se assar durante 50 minutos para que fiquem bem cozinhadas e suaves, fáceis de …. tchan tchan tchan… de esmurrar. Pois, use os punhos para esmurrar as batatas (deixe esfriar um pouco antes, né?). Se não quiser fazer assim pois use um garfo ou uma colher de pau. Mas aí não tem graça, né?
Engenheira por formação, fez doutorado em Madrid onde começou sua paixão pela Europa. Aprendeu, com seus pais, desde criança a gostar de viajar. Adora viajar e diz que "sem viajar não me reconheço"! Escreve sobre suas viagens pelo mundo afora de forma divertida e leve. Escritora por hobby, além desse blog tem dois livros de viagens publicados.