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Morgadio da Calçada: Era uma vez uma casa, um vinhedo… e um charmoso hotel!

Era uma vez…

Não sei nem por onde começar a contar a história do projeto de enoturismo que inclui um encantador hotel, o Morgadio da Calçada. Tudo por lá é muito especial. Então pra início de conversa: gostei porque sou uma fã incondicional de hotéis pequenos e que tenham um certo charme. É o caso! Então, vamos começar do começo.

Resolvi escrever esse post sobre o Morgadio da Calçada quando estava escrevendo o post sobre nossa última viagem por Portugal e a estadia em Provesende (ver aqui). Percebi que o Morgadio da Calçada era por si só uma experiência à parte e ao mesmo tempo parte da aldeia. Confuso? Não, simplesmente merecedor de um post próprio.

Chegamos na aldeia de Provesende, no Alto Douro Vinhateiro, em um dia ensolarado do fim de maio. Quando íamos passar pela estreita rua que nos levaria ao hotel, havia um caminhão impedindo a passagem. Tivemos que dar uma volta por trás e observo com prazer uma plantação de videiras. Linda paisagem! Naquele instante não atentei que tal vinhedo era parte do Morgadio da Calçada.

E começamos a ver o vinhedo e a casa (lá por trás)*

Arrodeamos a aldeia e lá chegamos. Em um primeiro momento, não entendi por onde entrar. Estávamos diante de uma bela casa senhorial, mas todas as portas fechadas. Não sei bem em que instante abriu-se o portão lateral e pudemos perceber que estava ali a entrada para o hotel.

Em um passe de mágica, saímos de um cenário e entramos em outro.

Do lado de fora tínhamos a certeza de estarmos numa aldeia “urbana”, onde, por menor que fosse, haviam alguns carros estacionados ou transitando e pessoas caminhando ou sentadas em um boteco bebericando e conversando. A fachada da Casa da Calçada era de uma beleza própria dos antigos solares da fidalguia de outrora que faziam parte da alma daquela aldeia, onde se misturam o charme das casas rústicas e dos solares nobres.

Do lado de dentro do portão entrávamos em outra realidade. Estávamos agora no campo, no meio rural, e no século atual. O portão que dividia a rua e o hotel era mágico?

A Fachada da Casa do séc. XVII e o Portão lateral de acesso aos quartos do hotel  *

Vamos entrar?                 *

Morgadio da Calçada: Enoturismo

Os modernos quartos do hotel diferiam da entrada -da fachada da casa senhorial- que nos remetia à uma outra época, mas sem chocar. Por trás da fachada existe também um passado (falo depois sobre o interior da casa que mantém a tradição e o requinte de outrora).

Aberto o portão lateral, saíamos de um passado, no século XVII para entrar numa era moderna quase sem perceber. Os quartos contemporâneos estão construídos em pedras, mantendo vivo o espírito das antigas construções rurais, de tal forma que fazem de uma mudança que deveria ser brusca, uma leveza na viagem no tempo.

Entramos…                            *

O “mix” dos séculos. Parte da antiga Casa…        *

… e os novos quartos

A entrada repentina em um ambiente campestre, imediatamente após sair do ambiente urbano, também era feito de forma sutil. De repente, do outro lado do muro, árvores e vinhedos… Eu realmente fiquei maravilhada. Maravilhada fora e dentro dos muros!

Vinhedo atrás da Casa principal               *

Que tal sentar por aí?             *

Ali estavam de mãos dadas a cidade e o campo, a antiguidade e a modernidade.

Provesende é uma das seis aldeias classificadas como Aldeias Vinhateiras do Douro e o Morgadio da Calçada com seu vinhedo e vinhos próprios combina ainda mais com a aldeia e seu título!

Bom, já me estendi demais nesse preâmbulo. Está na hora de contar a história. Ou melhor, as histórias.

Primeiro um pouco da história de Provesende, para contextualizar. Colocar o Morgadio da Calçada no contexto histórico e da vila. Depois, a história do Morgadio da Calçada, que grande parte dela, me foi contada pelos proprietários numa boa conversa informal. Jerónimo Pimentel (jornalista), e Manuel Villas-Boa (publicitário), tio e sobrinho respectivamente, que deixaram suas profissões para por em prática um projeto sonhado há alguns anos. Os dois, herdeiros da Casa, descendentes da família que a construiu. Ah, e tem um detalhe: eles são cultíssimos, claro, mas o melhor é que eles são “gente fina”!

Era uma vez… 

1) Provesende…

Para falar da Casa da Calçada, edificada na aldeia de Provesende, vamos ter que falar um pouquinho de Provesende.

Primeiro é importante saber que no século XVIII, depois da criação da Companhia Geral dos Vinhos do Alto Douro (em 1756) e quando o Marquês de Pombal instituiu a Região Demarcada do Douro (RDD), a riqueza da região do Alto Douro começou a aumentar devido ao incentivo do plantio da vinha e da oliveira.

O vinho do”Porto” como passou a ser conhecido internacionalmente, aumentou o rendimento das famílias que começaram a se fixar na região. Regras da RDD exigiam que os donos das quintas (propriedade rural em Portugal) cumprissem um item básico: construir uma casa. Assim, como em outros lugares da região, fidalgos e burgueses -donos de quintas em Provesende- construíram solares e mansões. Um desses solares era a Casa da Calçada, que foi construída inclusive antes!

Na época, a paisagem rural foi alterada, tanto pela circulação de mais dinheiro quanto pela introdução de novos hábitos culturais, com o surgimento de solares ou palacetes (casas brasonadas) e por uma classe social mais abastada que começava a habitar a vila. Os solares eram casas similares às das grandes cidades e diferentes das casas agrícolas, e passaram a conviver naquela aldeia. Nos salões dessas novas casas circulavam gente da “alta sociedade”, em festas e eventos socioculturais. A aldeia era um lugar onde coexistiam a “rusticidade campestre e elegância fidalga”. Essa época de apogeu durou até meados do século XIX¹.

¹Embora os reflexos econômico e social perdurem até hoje, no final do século XIX e princípios do século XX começou a queda e degradação da vila com seus solares, em parte devido a extinção dos morgadios pelo liberalismo e a divisão da propriedade fundiária; e também pela morte dos vinhedos pela “filoxera” e a ruína de muitos viticultores. A nobreza antiga foi substituída por uma nova classe (burgueses que enriqueceram no comércio, na industria e na banca, adquirindo prestigio social na política e que compravam títulos de nobreza).  A vida dos trabalhadores do campo piorou com as crises agrícolas frequentes e tudo afetou também os rendeiros e assalariados rurais que se deslocaram, à procura de trabalho nas industrias, para outras cidades. Começou então o processo da desertificação do interior… (fonte). Povesende tem 310 habitantes (dados de 2011), mas já teve 3.324 habitantes em 1849, população que cresceu com o apogeu da viticultura (tinha 783 habitantes em 1801).

Hoje, restam em Provesende treze casas senhoriais (algumas já em ruínas, o que não é o caso da Casa da Calçada). Tais casas construídas entre os séculos XV e XIX,  simbolizam o importante papel da região na economia portuguesa de outrora, pois fazem parte da história dos grandes produtores de vinho do Porto.

Provesende é a freguesia mais artística e de maior interesse arquitetônico² do Concelho de Sabrosa (Distrito de Vila Real). Portugal tem divisões administrativas diferentes das nossas, sendo freguesia a menor delas. Além das igrejas, fonte e outros monumentos, a aldeia é famosa pelo conjunto de solares, embora como já foi dito, muitos não estejam mais em bom estado.

²A arquitetura de Provesende é muito diversificada. Encontram-se casas e monumentos (ou o que resta deles) de estilos: Pré-Romano, Romano, Românico, Gótico e Manuelino, Maneirismo e Barroco (como exemplo desses últimos, a Casa da Calçada, com inspiração mais manerista). Para melhor conhecer a história de Provesende, especialmente seu patrimônio histórico e arquitetônico,  recomendamos as seguintes leituras, de fácil acesso:1)  Nota Histórica  sobre Provesende, sua Igreja e orgão; 2) Provesende: Identidade de uma aldeia vinhateira; 3) Concelho Sabrosa -Subsídios para uma monografia. 

2) A Casa – Desde 1680 

A Casa da Calçada, um solar que parece um pequeno palácio, data de 1680 e desde sempre pertenceu à família Cunha Pimentel, há 16 gerações. A Casa, tradicionalmente importante na região do Douro, foi testemunha das épocas áureas, dos tempos em que Provesende era o centro da atividade vitivinícola da região.

A Fachada da Casa (foto)

A Casa ficou um tempo meio abandonada. Hoje tombada, foi objeto de recuperação. Através de um projeto inovador na área de enoturismo da autoria dos atuais proprietários e herdeiros³, a Casa ganhou vida nova. Tal projeto foi aprovado há 18 anos mas ficou parado durante uns dez anos, até que…  Tio e sobrinho deram asas aos seus espíritos empreendedores, deixando seus trabalhos e profissões, para torná-lo uma realidade. A execução do projeto contou com o apoio dos Fundos Comunitários de Portugal. A Casa abriu as portas ao público em 2012.

³Os atuais proprietários reuniram os arquivos da família, num total de mais de 2.000 documentos – o mais antigo de 1515 – que hoje estão no arquivo municipal de Vila Real (desde escrituras, cartas, vendas, compras, questões em tribunal, uma parte genealógica, incluindo receitas de cozinha e receitas para tratamento das vinhas e até uma receita de sabonetes feitos à base de vinho do porto e de azeite -eles recuperaram essa receita e hoje reproduzem os sabonetes de forma artesanal-). Obs. O Arquivo Documental está guardado no Arquivo Distrital de Vila Real; Catálogo de Manuel Silva Gonçalves e Paulo Guimarães.

Parceria com Universidades e Eventos – Os proprietários têm a sabedoria de fazer parecerias, em especial com universidades. A restauração da casa ficou à cargo de restauradores da Universidade do Porto. Hoje ainda mantém os tetos, as cores interiores originais e o mobiliário de época. O projeto de enoturismo, como um todo, teve apoio de pesquisadores, alunos e professores de algumas universidades europeias. Dentro do espirito do projeto já foram editados 03 livros relacionados ao tema da casa e da aldeia (vinicultura, patrimônio…) em cooperação com universidades. A Casa também passou a promover eventos culturais como workshops de fotografia, colóquios e realização de filmes, alguns em parceria com universidades e Ministério da Cultura.  

Restauração – A Casa, edifício principal do Morgadio da Calçada (nome dado ao conjunto: Casa Senhorial + Vinhedo/Vinícola + hotel), foi restaurada de acordo com o traçado original. Desde as pinturas, o mobiliário e todo o ambiente, tudo foi mantido pelos atuais proprietários. Os tetos das zonas sociais da casa continuam nas cores vermelha e em especial o azul-da-Prússia, um tom muito bonito e muito caro. A planta mantém também a simetria original: em torno de um pátio central, o lado esquerdo se repete no lado direito, das salas aos armários. Explicar em palavras fica difícil. Melhor visitar, com certeza! 

No térreo: as escadas simétricas    *

Logo ao subir…         *

Uma das salas    *

Cores do teto…           *

Mais um teto colorido de vermelho e “azul da Prússia” *

Vale ressaltar que uma das muitas salas, a cozinha e a construção anexa (onde eram as antigas cavalariças e armazéns agrícolas) tiveram uma intervenção contemporânea e foram transformadas no hotel, com apenas 08 quartos (ver item 4).

Obs. Você poderá visitar o interior da Casa se estiver hospedado ou se for à um jantar. Um tour guiado pela Casa com direito a ver desde a adega até o andar superior com todo o seu glamour do Séc. XVII. E mais: ouvir uma excelente explicação da sua arquitetura e da sua história por um de seus próprios donos, descendente da família Cunha Pimentel, um super anfitrião (o Manoel Villas-Boa). Ainda degustar vinhos e saborear um apetitoso jantar na sala de jantar do solar, à luz de velas. Não tem como ser melhor!

3) A Vinícola 

A história da casa se mistura com a história da vinícola. No século XVIII, em 1701 a vinícola da Casa produziu 200 pipas de vinho, mostrando a importância que a mesma já tinha na economia do Douro.

Os vinhedos do Morgadio da Calçada têm cinco hectares em redor da Casa, num ângulo de 180 graus e numa única superfície plana (uma enorme vantagem, já que o Douro é feito praticamente todo de socalcos). Provesende fica numa zona alta do Douro, no planalto de Sabrosa. A vinha, situada à 600 metros de altitude, é totalmente inusitada, e ao estar situada em um lugar rico como esse, tende a originar vinhos mais frescos e minerais, especialmente os brancos.

Um vinho degustado aí, é outra coisa: é bom demais!

O vinhedo com algumas casas da aldeia ao fundo.*

Em 2004, uma grande parceria foi feita com o famoso enólogo Dirk Niepoort, representante em quinta geração de uma família de produtores de vinhos há mais de século e meio, sediada no Douro. Os vinhos são produzidos com a marca Morgadio da Calçada, com rótulos da autoria dos famosos arquitetos Michel Toussaint (para os vinhos do Porto) e Siza Vieira (para os demais vinhos). São produzidos 03 tintos, 03 brancos , 07 portos e 01 espumante (dados de 2017).

Vinhos Morgadia da Calçada              *

Atualmente, a  adega da Casa é como se fosse um museu, uma experiência de contato com o cenário real onde o vinho era armazenado. Se você se hospedar no Morgadio da Calçada, ou se participar de um dos jantares por lá, você a conhecerá como parte da experiência. Duas gigantescas pipas (das maiores pipas do Douro), do século XVIII e com capacidade para 16 e 17 mil litros respectivamente, estão no espaço para você apreciar!

A adega e as pipas       *

A adega, com uma mesa central na qual às vezes se faz jantares ou degustação de vinhos  *

No Morgadio da Calçada se pode fazer cursos de degustação na adega original da casa, visitar as vinhas, conhecer os tonéis centenários e provar os vinhos assinados por Dirk van der Niepoort. Em 2014 recebeu o prêmio Best of  Wine Tourism.

Obs. Como já falei no item anterior, você pode visitar a Casa, adega e vinícola num tour guiado por um dos próprios donos. Depois da visita você ainda poderá adquirir na lojinha vinhos Morgadio da Calçada, compotas, velas de cera de abelha, e até sabonetes de uma antiga receita à base de vinho do porto e azeite encontrada nos arquivos da Casa da Calçada.

A lojinha (e também onde podemos fazer degustação de vinhos durante o tour, antes do jantar)   *

Sabonetes   *

5) O Hotel

A história do hotel também se mistura com a história da Casa e da vinícola, já que tudo faz parte do projeto de enoturismo.

Os quartos…

O hotel, construído nas antigas edificações agrícolas da Casa, foi um projeto de recuperação dos espaços das antigas cavalariças e armazéns agrícolas da quinta. São apenas oito quartos: modernos e que oferecem todo o conforto do século XXI aos hóspedes, mas que contrastam amigavelmente com o antigo solar do século XVII. Os hóspedes ainda podem desfrutar de uma piscina, de uma cozinha regional e de uma decoração de muito bom gosto.

Os arquitetos descrevem a proposta como: “… resume-se à dispersão nos elementos na propriedade, utilizando as ruínas, deixando que a vinha prevaleça, e que a casa mãe domine sobre esta, como sempre aconteceu. A proposta consistiu em abrir e revelar espaços outrora ocupados com construções espúrias. As proporções destes pequenos edifícios foram corrigidas e novos materiais encontram o seu lugar entre as pedras de xisto e granito. A piscina descobre-se no interior da ruína de maior dimensão”…

À direita, os novos quartos. À esquerda (toda branquinha) a casa do séc. XVII  *

Os quartos    *

Os detalhes são super valorizados: lençóis bordados, quartos com cores que lhes dão uma personalidade ímpar, as refeições preparadas com produtos biológicos, a forma informal de entrosamento com os proprietários e hóspedes, os jantares na Casa Senhorial seguidos de um ritual que nos leva à outros tempos; enfim, muitos detalhes importantes. 

Uma sala para “bater papo”, ler ou  e tomar o café da manhã…       *

O “pequeno almoço”        *

Um dos quartos…       *

Outro quarto, visto de outro ângulo  *

Banheiro de um dos quartos           *

Os quartos ficam num jardim, na lateral da Casa Senhorial. O vinhedo que fica atrás da Casa, faz parte da paisagem. Árvores que dão sombra convidam você a sentar em mesas e cadeiras embaixo delas e apreciar o vinhedo degustando um vinho. Se você preferir o sol, fique à vontade, tem espaço para todos os gostos.

Que tal?

Uma mesa ente o vinhedo e a casa…     *

Topa um brunch por aqui?              *

A piscina, que fica num lugar reservado, também está lá esperando por sua chegada. E mesmo que não queira dar um mergulho, sentar nas cadeiras e ler um livro ou ficar conversando por lá pode ser uma ideia!

Vamos mergulhar?           *

À noite….                 *

Os jantares… Ah, os jantares são especiais! “Ao longo dos séculos foram muitas as cozinheiras que passaram pelo Morgadio da Calçada. As receitas, exclusivas, foram sendo anotadas num livro que é agora o coração da cozinha do Morgadio. Feitas com ingredientes regionais da maior qualidade, estas receitas trazem para a mesa os sabores do Douro vinhateiro ” (site oficial).

A mesa posta para um dos jantares que tivemos por lá! Um charme!

Nós, em um dos maravilhosos jantares…

Agora só resta você ir conhecer. E se já conhece, sabe do que estou falando, não é mesmo? Esse lugar deixa um gostinho de “quero mais”!

 

Onde fica: Rua Cabo de Vila, 18 |Largo da Calçada/ Provesende
5060-251 Sabrosa (Portugal)

Contatos: Tlf: (+351) 254 732 218 / Tlm: (+ 351) 915 347 555
E-mail: mvb@morgadiodacalcada.com

Website: http://www.morgadiodacalcada.com

Estacionamento: gratuito em frente à Casa.

Pontos de interesse próximos: Estação de Trem de Pinhão (15 minutos de carro).  Rio Douro (11 km). Vila Real (31 km). Peso da Régua

Fotos: A maioria  (todas com *) são da página do face do Morgadio da Calçada.

Obs. Esse post não é patrocinado. Amamos mesmo esse lugar!

 

 

 



Engenheira por formação, fez doutorado em Madrid onde começou sua paixão pela Europa. Aprendeu, com seus pais, desde criança a gostar de viajar. Adora viajar e diz que "sem viajar não me reconheço"! Escreve sobre suas viagens pelo mundo afora de forma divertida e leve. Escritora por hobby, além desse blog tem dois livros de viagens publicados.

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