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Veneza: Aventuras Engraçadas e Romanceadas (1)

Estive em Veneza por quatro vezes, sendo que duas delas há muitos anos atrás, na época que morei na Espanha (final dos anos 80). A primeira delas fui sem meus “niños”, mas a segunda fui com eles e ficamos em Lido (uma ilha a sudeste de Veneza), num excelente camping onde parecia ter mais alemão do que na própria Alemanha. Talvez por isso, o tal camping fosse tão organizado!


Eu, meus meninos, um primo e uma tia deles. Em Veneza, fim dos anos 80!


Pros meninos, que eram pequenos, foi ótimo! Tinha uma praia legal, e depois de um bom banho de mar pegávamos um barco e íamos pra Veneza, e em uns dez minutos estávamos lá! Pra eles, tudo era uma festa! Festa no camping, na praia, no barco e até em Veneza…Os meninos achavam engraçado (e eu também) porque o pessoal, que tava no camping, tomava banho de mar de sunga ou biquini, mas ao chegar nos chuveiros (ao ar livre) ficavam “pelados”. Uma “onda”!

Bom, mas vou falar das duas últimas vezes porque foram mais recentes. Uma em 2009 (com chuva!) e outra em 2011 (no calor brabo!). By the way, foram viagens ótimas (Veneza é bela, faça chuva ou faça sol, seus encantos estão preservados em todos os seus cantos)! Vamos lá…

Em Veneza, na chuva…

Veneza inundada…

Em novembro de 2009 apareceu uma dessas viagens baratas que incluem a passagem aérea e o hotel. Nem estávamos pensando em viajar e muito menos pra Veneza, Mas, fomos…  Sabia que nesse “pacotes” nunca tem hotel “de primeira”, mas dá pra dormir legal… De toda forma, procurei, pagando um pouco mais, um hotel que fosse central e um pouco melhor.

Aqui já fica uma dica: Não fique fora de Veneza, tipo em Mestre. Veneza é bom pra você acordar e já botar os pés nela, e não perder tempo pra chegar até lá… Se for com crianças, até indico o Lido (onde fiquei anos atrás com meus filhos que ainda eram crianças). Nesse camping que falei tem também um hotel, e lógico que como o Lido é um local super badalado, tem muito mais opções hoje em dia…

Voltando a Veneza, em novembro de 2009… Chegamos no aeroporto Marco Polo e nada de nossas malas. Essa TAP deixa a gente sempre temerosa que isso ocorra. Mas, enfim, tivemos que fazer a reclamação, etc. e tal, e perdemos um tempão com isso.

Pra completar, chovia… Passamos em uma lojinha no próprio aeroporto e compramos duas sombrinhas. Pegamos uma das lanchas “Alilaguna” (transporte coletivo). Acho que pegamos a linha azul e paramos em San Zacaria (antes de San Marco). Poderíamos também ter ido pela linha laranja e parado em San Marco. Uma estação tá muito perto da outra…  Creio que em uma hora estávamos em Veneza. Chegamos debaixo de chuva e já escurecendo… Descemos da lancha e começamos nossa busca pelas ruas que nos levariam ao nosso hotel (Ca’ Malipiero). O mapa com as indicações que encontramos no site do hotel parecia perfeito, mas…

No começo, ainda emocionados em ver as gôndolas, que parecem já estares incluídas na paisagem veneziana, nem nos preocupamos com a chuva. Até parecia que a chuva fazia parte da paisagem e que nos remetia a épocas passadas, a uma Veneza de Casanova…

No dia seguinte, San em uma vitrine com “Casanova”!

Bem, começamos a andar pela chuva e já paramos num hotel daqueles da “frente” do Canal Principal (na Riva degli Schiavoni ….) e tomamos um conhaque (um Armagnac). Caro o danado do conhaque! Também num hotel daqueles (nem lembro qual foi..), queria o que?  Nem sei como nos deixaram entrar no hotel, pois já estávamos bastante molhados. Nossas sombrinhas eram pequenas e a chuva era forte e com vento.

Reaquecidos pelo conhaque retomamos nossa caminhada rumo ao hotel, que supostamente duraria apenas uns dez minutos. Tal caminhada transformou-se num via crucis de quase duas horas, pasmem! Foi o único momento que achei bom estar sem as malas… Em determinado ponto, as informações de nada serviram. Não encontrávamos uma tal rua, e nem sei se era pela chuva, pelo vento, ou se o mapa dado era muito confuso.

Perguntávamos e as pessoas não sabiam informar, ou quando o faziam deixavam a gente mais perdida. Íamos e voltávamos  e em nenhum lugar chegávamos… Pra completar minha sombrinha virou com o vento e não consegui desvirar. Acabou que compramos uma outra, um pouco melhor, pelo caminho… Enfim, nem sei como, encontramos o tal hotel. Mas, cadê a entrada? Depois de tocarmos uma campainha que não era do hotel (parece que o prédio tem outros moradores, além do hotel), nos explicaram que a entrada do tal hotel era na rua ao lado. Ufa!

Naquela tempestade a “cara” do hotel parecia mais um filme de terror. Ai que medo! Um prédio super antigo, cuja fachada era mantida “intacta” nos dava a impressão de uma casa de bruxas. Pensei comigo mesmo: “Que droga, quem mandou eu aceitar esse hotel? Parecia tão central, tão legal pelo site e pelas fotos…”. Bom, mas achamos a porta de entrada e entramos. Subimos umas escadas (o que nos causou mais uma má impressão) e chegamos na recepção do hotel, que aí  já parecia uma coisa mais normal.

O Hotel. A primeira impressão: A casa da família Adams?

Enfim, passado o primeiro susto, vimos que o hotel parecia interessante, e o quarto que nos deram era super amplo e aconchegante, com um banheiro também muito bom. E, contrariando a frase que “de perto ninguém é normal”, por dentro, o hotel era normal! Mas, toda a decoração parecia antiga, talvez uma decoração “fake” imitando o passado que existiu naquele prédio, o qual tinha sido um palácio de uns duques…

Com nossos amigos Pérpetua e Ulisses, no dia seguinte, em frente ao hotel

No outro dia, acordamos e depois do café saímos às ruas. Vimos que a maioria das pessoas estavam usando botas de borracha, tipo galochas (coisas de quando eu era criança e nem lembrava mais…). Sem entender nada, continuamos a caminhar em direção a Piazza San Marco. E a chuva continuava, embora fina…

Paramos numa loja pra comprar algumas roupas, já que nossas malas não tinham aparecido até então. Nessas compras, o vendedor perguntou se a gente tinha botas pra ir a Piazza San Marco. Aí que entendemos que a mesma estava inundada e, sem as tais botas, nada de visita.! Ele nos indicou um local pertinho que vendia as “galochas”. Fomos lá e compramos. Aproveitei e comprei uma bem fashion, lilás, pois já que teria que usá-la, por que não uma mais “alegre”?

Eu e minhas botas fashion.

De lá, encontramos um casal de amigos que estava em Roma, e tinha vindo pra Veneza pra passar o dia conosco. Depois fomos com eles a Piazza San Marco, etc. e tal… Pegamos o vaporetto nº 1 que é uma espécie de ônibus circular (só que dentro d’água) e demos uma volta por quase toda Veneza…

San na a Piazza San Marco, inundada… Olha as botas do povo!

No Vaporetto

Demos uma passada no Hard Rock Café, porque Ulisses, nosso amigo, disse que tinha que passar em todos os Hard’s do mundo por onde andava, enfim… Tomamos uns drinks pra não passar em branco. Lá, uns venezianos nos indicaram um local pra almoçar, que foi realmente ótimo. Una pasta italiana bonisima (no Do Forni)!

Coquetéis do Hard Rock em Veneza

Um Belini no “Do Forni”

Após o almoço, lá fomos nós arriscar um passeio de gôndola…

Na gôndola com a Ponte do Rialto ao fundo.

Mas, antes (ou depois, nem lembro bem) fomos tomar um bellini no Harry’s bar. Famoso, não só por seu drink bellini, mas também porque seu primeiro dono foi quem inventou o carpaccio. Um bar dos anos 30, frequentado por gente super importante daquela época… A história desse bar, que vale a pena ser conhecida, está contada no site http://www.harrysbarvenezia.com/

Um Belini no Harry’s bar.

À noite fomos num bar de jazz, o Bàcaro Jazz, super engraçado porque a decoração era de sutiãs. Pode? Disseram que as frequentadoras deixavam lá seus sutiãs. Bem, nós não arriscamos… A farra foi tão grande que nosso amigos não acordaram e perderam seu voo matinal de volta pra Roma…

No outro dia, eu e San fomos a Burano, uma ilhazinha super linda e colorida, a mais ou menos uma hora de barco de Veneza. Eu já tinha ido lá há anos atrás, mas nem lembrava direito. Adorei esse passeio e em especial andar a pé pela ilha.

Em Burano

Tem umas excursões que vão a Burano e nelas estão incluídas outras ilhas como Murano e Torcello. Também já fui, há anos atrás, nessas outras ilhas, mas não vejo graça em Murano, a não ser pela fábrica de vidro, a qual não vale a pena ver de novo… Uma vez, e pronto!  Além do mais, detesto excursões, assim que dessa vez, fomos nós dois (eu e San), nos aventurando nos vaporettos ou noutros tipos de barcos que nos levaram à Burano e nos trouxeram de volta à Veneza… Nessa noite, tivemos uma noite super agradável, pois jantamos num dos melhores restaurantes em que já estive: O “Da Fiore”!

No “Da Fiore”

Ficamos mais uns dois dias em Veneza, andando “por aí” e conhecendo ou reconhecendo  lugares e monumentos. Andamos bastante… E, não podíamos deixar de marcar presença na famosa Ponte do Rialto e o Mercado do Peixe.

No Mercado em dia de chuva…

Voltamos a Veneza em 2011. Dessa vez, chegamos lá no famoso e luxuoso trem Orient-Express! Conto depois!



Engenheira por formação, fez doutorado em Madrid onde começou sua paixão pela Europa. Aprendeu, com seus pais, desde criança a gostar de viajar. Adora viajar e diz que "sem viajar não me reconheço"! Escreve sobre suas viagens pelo mundo afora de forma divertida e leve. Escritora por hobby, além desse blog tem dois livros de viagens publicados.

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